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A educação de surdos no Brasil e sua evolução

A educação dos surdos no Brasil é um tema que merece toda discussão, tendo em vista que a demanda de pessoas que sofrem com as dificuldades é significativa. A surdez é uma limitação que passa a ser um problema quando não há métodos para adaptar a comunicação a ela. Dentro da educação isso é comum.
Como consequência, a vida escolar se torna um verdadeiro sofrimento para os deficientes auditivos, uma vez que há poucos recursos de acessibilidade que os permitem estar incluídos em salas de aulas e no contato com materiais de apoio.
Diante desse quadro, o post a seguir trará um aprofundamento acerca do problema da educação para surdos no Brasil. Continue a leitura e confira!

Os estudos são um desafio para quem é surdo

Quantas escolas focadas no ensino para surdos você conhece? Realmente a oferta de instituições especializadas no Brasil é muito reduzida, o que resulta em muitos deficientes auditivos estudando em escolas comuns que não conseguem oferecer a essas pessoas a educação especializada de que elas precisam.
As necessidades são diversas, demandando estrutura, recursos e principalmente pessoal preparado. A linguagem de sinais (Libras) é considerada o segundo idioma do Brasil, mas ainda assim são poucos os educadores que dominam essa importante ferramenta de inclusão.
Dentro de um ambiente em que não há uma comunicação eficiente, o surdo se sente excluído, tendo de lidar, além das dificuldades da própria deficiência, também com a motivação. A conclusão vem em forma de uma série de outros problemas relacionados à educação.

Classes mistas é tentativa falha

Há uma corrente de pensamento no Brasil que acredita que o problema da exclusão dessas pessoas quanto à educação pode ser resolvido por meio de classes mistas, que incluem surdos em turmas com outros alunos que não possuem nenhum tipo de deficiência.
A tentativa acaba sendo falha, uma vez que mesmo com intérpretes, os surdos não recebem a atenção necessária às suas necessidades. O aprendizado para quem tem limitações ocorre em ritmo diferente, exigindo muito mais que um intérprete.
Há alunos que mesmo com essas dificuldades conseguem se manter nas classes mistas, especialmente quando não há opções de ensino especializado. Mas é importante ressaltar que alguns não alcançam o mesmo desempenho de outros estudantes.

A prática é diferente da teoria

O que acaba acontecendo nesse modelo é um efeito reverso do que era pretendido. Diante das dificuldades, surge a evasão escolar ou a desmotivação por parte dos estudantes, que se sentem incapazes, especialmente por constatarem que o restante da turma não encontra as mesmas dificuldades que ele.
A teoria para as classes mistas é de inclusão, de modo que os surdos não sejam segregados daqueles que não apresentem limitações, entretanto quando isso é feito sem recursos, preparo e infraestrutura os avanços são pequenos e quem sofre são os deficientes auditivos.

A educação dos surdos no Brasil pouco evoluiu

Ao longo da história existiram fatos que tiveram influência direta na educação voltada para os surdos. Por muito tempo, o problema foi visto com muito preconceito e segregação, com pouco esforço feito para oferecer a essas pessoas as condições necessárias para que elas se desenvolvam.
Após muitos anos de discriminação e exclusão, o surdo foi olhado com cuidado pela primeira vez em 1760 quando o religioso Michel de L’Epée criou a primeira Escola de Surdos, visando a educação das pessoas que possuíam essas limitações.
Esse movimento possibilitou que muitos outros países adotassem o método, inclusive o Brasil na época de D. Pedro II, por meio do professor Hernest Huet, que fundou a primeira instituição com esse foco no país em 1857, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Ines.

A evolução no Brasil

Junto à criação do Ines veio o desenvolvimento de uma linguagem de sinais, de modo que isso facilitasse a comunicação entre as pessoas que tinham limitações ou ausência total das funções auditivas. Foi aí que surgiu a Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
O método passou a ser amplamente utilizado, até que só em 2002 ela foi oficializada e reconhecida como a segunda língua do Brasil. Essa chancela foi um grande avanço, mas infelizmente representou pouco para a educação dos surdos.
Ainda assim a Libras é pouco difundida, e também são escassos os educadores que têm domínio sobre a linguagem, o que representa uma grande limitação aos surdos. As instituições especializadas também são muito raras, o que exclui e impossibilita educação adequada e de qualidade.

A inclusão deve ser papel da sociedade

Como entender os surdos de nossa sociedade se não temos como nos comunicar com eles? Há muito pouco interesse em aprender Libras, e é esse um dos fatores que afastam os surdos de atividades simples do cotidiano, fazendo com que tudo seja mais difícil.
A sociedade como um todo é responsável por melhorar as condições de vida dos surdos. A inclusão passa por maior disponibilidade em entender essas pessoas, estabelecendo relações de confiança e métodos adequados de comunicação.

O mercado de trabalho também limita

Se dentro de um ambiente empresarial, por exemplo, todos os funcionários dominassem a Língua Brasileira de Sinais, será que seria tão difícil para um surdo se adaptar às rotinas desse lugar? Muito dessas adversidades acontecem pois há muito pouco interesse em incluir.
Entretanto, o problema começa antes mesmo de chegar ao mercado de trabalho. Como se formar e obter uma posição de destaque na carreira profissional se o surdo não consegue ter acesso a uma educação adequada?
É por esses motivos que a educação para as pessoas com essas condições deve sempre estar em pauta, de modo que isso estimule medidas e propostas de autoridades para que haja sempre avanços para atender quem depende de atenção especial.
O tema da redação do Enem 2017 “Desafios para Formação Educacional de Surdos”, foi uma grande vitória para a população na luta pelas causas de quem precisa de melhores recursos e métodos de ensino especializados para garantir o direito de uma educação de qualidade.
Conhece alguém que vivenciou as dificuldades na educação dos surdos no Brasil? Conte pra gente quais foram as principais barreiras superadas!  



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