A estimulação elétrica nervosa transcutânea
(TENS), é uma modalidade simples no campo da
eletroterapia, é uma técnica terapêutica utilizada
na fisioterapia há mais de meio século.Trata-se
de um recurso não invasivo utilizado em diversos
casos clínicos no combate a dor, promoção do
relaxamento muscular, melhora da vascularização
no local de aplicação e efeito significante sobre
o quadro de fadiga e redução da hiperatividade
muscular.Por outro lado, a Eletroestimulação
neuromuscular (EENM) se apresenta com grande
importância em vários segmentos na clínica da
reabilitação podendo ser usada para o aumento
efetivo na força muscular, para a redução da debilidade no desempenho neuromuscular minimizando a incapacidade associada à espasticidade,
nos casos de paralisias musculares, como na
paralisia facial, entre outros.
A Fisioterapia encontra na eletroestimulação um
recurso poderoso para auxiliar o processo de reabilitação de diversos distúrbios. Com o passar dos
anos um número cada vez maior de pesquisas sobre
os benefícios da eletroestimulação vem surgindo
em diferentes campos de atuação, aumentando o
leque de possibilidades de aplicação do recurso.
A Fonoaudiologia pode se beneficiar e
apresentar resultados satisfatórios com esta técnica
aliada à terapia convencional. Estudos demonstram
resultados favoráveis do uso da eletroestimulação
na melhora da qualidade vocal e da deglutição de
pacientes na clínica fonoaudiológica.
A disfonia pode ser definida como qualquer
dificuldade ou alteração na emissão natural da voz.
A literatura aponta a disfonia por tensão muscular
como uma alteração hiperfuncional da fonação,
originada por lesões laríngeas benignas, como
nódulos e espessamento mucoso. Técnicas de
relaxamento cervical e laríngeo são recomendadas
no tratamento da disfonia por tensão muscular a fim
de buscar o equilíbrio da musculatura intrínseca da
laringe9
, desta forma, a TENS pode colaborar no
tratamento da disfonia hiperfuncional por promover
analgesia e relaxamento muscular.
A disfagia é uma alteração na deglutição, ou
seja, no ato de engolir alimentos ou saliva. Pode
ocorrer em diferentes fases da vida, especialmente
em idosos, podendo trazer sérias consequências
à saúde. As consequências da disfagia reduzem
substancialmente a qualidade de vida, aumentam
o risco de complicações médicas e a mortalidade, e
representam um custo significante para os sistemas
de saúde. Como resultado, comunidades clínicas e
científicas têm demonstrado interesse em novos
caminhos para reabilitação da disfagia. A EENM
para o tratamento dos distúrbios da deglutição
é uma das intervenções atualmente estudadas
na literatura, porém muitas questões sobre a sua
eficácia ainda não foram.
Considerada um dos recursos terapêuticos
atuais para a disfagia orofaríngea, a EENM é
usada desde 1997 nos Estados Unidos, quando foi
aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA),
com a finalidade de promover movimentação supra
-hióidea, laríngea e o favorecimento da contração
dos grupos musculares envolvidos diretamente
com a deglutição10. Entre 1997 e 2000 foi realizada
uma ampla pesquisa sobre a utilização da eletroestimulação no tratamento da disfagia, objetivando a
habilitação junto ao FDA10 para a liberação de um
aparelho eletroestimulador, o VitalStim®, de uso especifico para o tratamento da disfagia, demonstrando ser a eletroestimulação eficiente e segura
para esta modalidade terapêutica.
Diferentemente do contexto do uso da eletroestimulação na disfagia, os quadros de disfonias
ainda estão sendo testados com a aplicação da
eletroestimulação.
O objetivo do presente estudo é apresentar
uma revisão integrativa da literatura, em busca
de evidência científica sobre a aplicabilidade e o
resultado do uso da eletroestimulação na prática
clínica fonoaudiológica no tratamento da disfonia e
da disfagia.
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